segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Ânimo? Roubaram... (continuando)
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Ânimo? Roubaram...
Há dias não escrevo algo de próprio punho, apenas tenho colocado aqui poemas e canções que são importantes, que falam ao meu coração e parecem falar da minha vida, das escolhas que fiz e o que elas fizeram de mim. Mas, acredito que essa melancolia torna-se cansativa pra quem lê (ou não). Então, mudemos de assunto (mas só um pouquinho)!
Alguém além de mim tem a impressão de que esses dias quentes nos retiram a alma? Sim, parece exagero, mas todo meu ânimo (ANIMA, palavra de origem latina que quer dizer alma, ser ou estar vivo) é consumido pela força do calor desses dias.
Esse roubo do ânimo ou mesmo da alma é preocupante. E o que um ser sem alma? É um ser morto, sem vida. Sem aquele sopro vital que nos sustenta. De fato, não é apenas o calor o ladrão da (minha) alma nesses dias. A alma pode ser seqüestrada por divesas coisas: pela rotina, pelas derrotas, pelas fraquezas espirituais, por pessoas que desrespeitam os sentimentos alheios, por nossas dúvidas que mais tarde se mostram como claras certezas, pela violência, pela intolerância, etc, etc.
Bom, isso é apenas o ínicio de uma reflexão. Prometo escrever mais sobre o assunto.
*Preciso de um padre e um psicólogo urgente! Ah, e de uma chuva pra encharcar o corpo e o coração...
sábado, 12 de setembro de 2009
Os Outros
Já conheci muita gente
Gostei de alguns garotos
Mas depois de você
Os outros são os outros
Ninguém pode acreditar
Na gente separado
Eu tenho mil amigos mas você foi
O meu melhor namorado
Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer
A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender
Depois de você,
os outros são os outros e só
São tantas noites em restaurantes
Amores sem ciúmes
Eu sei bem mais do que antes
Sobre mãos, bocas e perfumes
Eu não consigo achar normal
Meninas do seu lado
Eu sei que não merecem mais que um cinema
Com meu melhor namorado
Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer
A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender
Depois de você, os outros são os outros e só
Depois de você, os outros são os outros e só...
*Tenho escutado tanta musiquinha nostálgica... essa é mais uma. Meu Deus, quando é que vou ouvir o que quero ouvir???
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo
de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa
de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei ... tu irás e encostarás
a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei a minha face
na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos
da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.
Vinicius de Moraes
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Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
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