Esses dias estive a pensar sobre a concepção de "erro". Fui e voltei em pensamentos e lembranças e cheguei a algumas conclusões que estão suscetíveis a mudanças quanto maior for a reflexão.
Não li nada a respeito disso antes de escrever esse texto. Observações minhas, somente.
Desde que somos crianças, a percepção de erro é muito enfatizada por nossos pais, professores e por aqueles que estão ao nosso redor. Qualquer deslize cometido, uma repressão era feita: nunca me esqueço do dia em que quebrei um vidro de "Maracujina"...
Broncas, castigos, gritos. É... errar virou coisa proibida. Ninguém quer receber punições e ouvir palavras doídas, como "você não sabe fazer nada" ou coisas do tipo. O fato é que errar para uma criança é sinônimo de algo que deve ser evitado.
Quando se cresce, e cometemos erros contra os outros ou contra nós mesmos, parece que ainda somos as mesmas crianças aflitas pela punição que aquele erro há de causar. E o erro adulto, não é mais por conta de um vidro de remédio quebrado ou qualquer coisa parecida. O erro de um adulto quase sempre fere muito a quem comete ou a quem está próximo.
E por não sabermos que erro é sinônimo de crescimento, sofremos demais com os nossos erros e os erros dos outros. E não há perdão para um erro que passa a ser sofrimento. Só Deus agindo...
De modo geral, não sabemos lidar com nossos erros e os erros alheios. Eles se tornam cruzes pesadas demais, pois não nos ensinaram que cruzes devem ser carregadas e usadas como ponte em um determinado momento da nossa caminhada. Se tornou tão difícil errar, não poder consertar... Definitivamente, não fomos ensinados (ao menos eu) a lidar com os erros, a nos perdoar pelos erros cometidos, pois não nos perdoaram quando quebramos a janela do vizinho com a bola...
Naquele tempo, era só comprar outro vidro de "Maracujina"... hoje, já não é tão simples assim. Ainda não se vende "Perdão" nas farmácias...