quarta-feira, 23 de março de 2011
Quem sou eu?
Muitas vezes não sabemos dizer quem somos. Talvez esta seja a mais difícil das definições. Quem sou? Como sou? Tem gente que morre em saber... navegar no mais íntimo de nós é tarefa árdua, pois podemos encontrar pistas nem sempre agradáveis: dores, angústias, arrependimentos... Mas vale a pena adentrar em nosso universo. Convido você a fazer isso: mergulhar em si mesmo, tentar descobrir-se e descobrindo o que for, amar-se cada vez mais. Enxergar-se como ser humano, passível de erros e acertos e por isso tão apaixonadamente ser humano.
Mergulhe em si mesmo, procure, tente, desvende... mesmo que não chegue à conclusão alguma. Garanto que será a viagem mais instigante que fará.
Que tal um poema pra recomeçar?
" Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Fernando Pessoa
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Foram ótimas as suas palavras. E muito bom esse poema!
ResponderExcluirSó serviram pra me confundir mais ainda!!
^^
Parabéns, vc escreve muito bem!
Bjux